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Dia da Mata Atlântica: restauração já avança em 118 mil hectares, mas ainda é pouco diante da urgência climática

  • Foto do escritor: Solano Ferreira
    Solano Ferreira
  • 26 de mai.
  • 2 min de leitura

Município com projeto de Sebastião Salgado é líder na atividade no país; coalizão de ONGs e empresas destaca a importância de recuperar áreas degradadas

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A Mata Atlântica é o bioma mais degradado no Brasil, com apenas 24% da cobertura vegetal original. Segundo dados do MapBiomas, o ecossistema perdeu aproximadamente 3,7 milhões de hectares de cobertura vegetal entre 1985 e 2023. As iniciativas para sua restauração já estão em curso, mas ainda precisam ganhar escala. O bioma conta com 118 mil hectares em processo de recuperação, segundo o Observatório da Restauração e Reflorestamento (ORR), administrado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

 

Celebrado em 27 de maio, o Dia da Mata Atlântica é uma oportunidade para reforçar a urgência de ampliar ações de restauração ecológica. Essa atividade é crucial para regular a temperatura, promover ecossistemas saudáveis e garantir a manutenção de serviços ecossistêmicos, como a conservação de nascentes e rios que abastecem grandes centros urbanos. Na Mata Atlântica, que abriga cerca de 70% da população brasileira e responde por 80% do PIB nacional, a atividade é ainda mais estratégica e rodeada de desafios.


De acordo com Rubens Benini, colíder da Força-Tarefa Restauração da Coalizão Brasil, o desmatamento na Mata Atlântica está relacionado à conversão do solo para atividades ligadas à especulação imobiliária (principalmente nas regiões próximas a grandes centros urbanos) e à agricultura.

 

“O mais agravante é que temos perdido muita floresta madura, que estava em estágio avançado de regeneração”, destaca. “Para aumentar a conservação da Mata Atlântica, é preciso restaurar as áreas degradadas, que são muitas: mais de 2 milhões de hectares estão em áreas de APP (Área de Preservação Permanente) e Reserva Legal.”


Secretária-executiva do ORR, Tainah Godoy destaca que a Mata Atlântica abriga os esforços mais antigos de restauração da vegetação nativa no Brasil. Um dos exemplos é o Instituto Terra, fundado pelo fotógrafo Sebastião Salgado — falecido na semana passada — e sediado em Aimorés (MG), município que lidera o ranking nacional em área dedicada à recuperação florestal, com 4,8 mil hectares.


“Para avançar na restauração, é preciso gerar conhecimento — e há muitos centros de pesquisa engajados em estudos sobre as espécies nativas da Mata Atlântica”, explica Godoy. “O bioma conta também com o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, o mais antigo coletivo dedicado a essa atividade no país, que reúne organizações multissetoriais, lidera iniciativas no território e estabelece diálogos com os governos.”

 

No documento “Brasil sem desmatamento”, lançado em março, a Coalizão Brasil defendeu o fortalecimento do setor de restauração de paisagens e florestas como medida essencial para erradicar a devastação dos ecossistemas. A rede reivindica investimentos da União e dos estados, além de parcerias público-privadas para concessões, restauração e manejo florestal. Estas iniciativas, segundo a publicação, funcionariam como “uma barreira ao avanço do desmatamento e viabilização econômica para manutenção da floresta em pé.”

 

Sobre a Coalizão


A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura é um movimento composto por mais de 400 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia. A rede atua por meio de debates, análises de políticas públicas, articulação entre diferentes setores e promoção de iniciativas que contribuam para a conservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

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