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Entre o impacto do tarifaço e a busca por novos horizontes comerciais

  • Foto do escritor: Solano Ferreira
    Solano Ferreira
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  • 2 min de leitura

Por Joel Elias*

DRT-AP 138

Foto: Thiago Gadelha
Foto: Thiago Gadelha

O cenário que se desenha para Rondônia diante das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A estimativa de um impacto superior a R$ 152 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) do estado já em 2025 não é apenas um número; é um sinal de alerta que ressoa em todos os setores produtivos, do agronegócio à indústria de transformação, e se estende pela vital cadeia logística que culmina no porto graneleiro de Porto Velho.


O comércio internacional, por sua natureza, é um palco de constantes reajustes, disputas tarifárias e realinhamentos estratégicos. A decisão americana, que pode aplicar taxas de 20% a 50% sobre produtos brasileiros, é um reflexo direto dessa dinâmica. Contudo, a vulnerabilidade de Rondônia, um estado geograficamente distante dos grandes centros de decisão, mas intrinsecamente conectado às flutuações globais, exige uma resposta que transcenda o imediatismo.


Os Estados Unidos não são um parceiro qualquer para Rondônia. Figurando como o quinto principal destino das exportações rondonienses e um fornecedor crucial de insumos industriais, qualquer alteração tarifária desequilibra uma relação que é, por essência, de mão dupla. A carne bovina (congelada e fresca), a soja, o café não torrado e a madeira perfilada, produtos que somam milhões em receitas e sustentam vastas cadeias produtivas, estão diretamente na linha de frente desse embate. É notável que alguns produtos, como alimentos, combustíveis e aeronaves, foram inicialmente isentos, mas a incerteza paira sobre outros, como as madeiras tropicais perfiladas, que estão sob investigação.


O impacto não se limita à perda financeira. Ele expõe a fragilidade de uma economia que, por vezes, se apoia excessivamente em poucos produtos e um número restrito de parceiros comerciais. A concentração, embora possa trazer benefícios em momentos de bonança, amplifica os riscos em tempos de crise, reduzindo a capacidade de reação e adaptação da economia local. O Brasil, como um todo, pode enfrentar uma perda de R19 bilhões, e a arrecadação de US 87 bilhões em tarifas pelos EUA no primeiro semestre de 2025 sublinha a seriedade da política tarifária americana.


Diante desse quadro, a resposta deve ser multifacetada e articulada, envolvendo tanto o governo federal quanto o estadual. É imperativo que a diplomacia atue de forma proativa, buscando mitigar os efeitos dessas tarifas e defender os interesses brasileiros. Mas, para além das negociações, Rondônia precisa de inteligência comercial, de uma diversificação de mercados e de investimentos estratégicos em valor agregado. Abrir novas rotas comerciais, estabelecer novos canais de exportação e investir em inovação industrial e logística são passos cruciais para construir uma economia mais resiliente.


Não se trata de alarmismo, mas de um reconhecimento pragmático dos riscos e da necessidade de uma estratégia de longo prazo. As tarifas, como a história econômica nos ensina, vêm e vão. Mas a solidez de uma economia, sua capacidade de resistir a choques externos e de prosperar em um ambiente global volátil, é construída com visão, planejamento e a coragem de diversificar. Que o desafio imposto pelas tarifas americanas sirva como um catalisador para o amadurecimento do setor produtivo rondoniense, impulsionando a agregação de valor e a busca por novos horizontes. Somente assim o Estado de Rondônia poderá transformar um potencial revés em uma oportunidade de fortalecimento e crescimento sustentável.


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* Joel Elias é jornalista atuante na Amazônia brasileira.

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