ESTUDO DO IPAM: Integração entre instituições melhora a gestão do fogo na Amazônia
- Solano Ferreira
- 6 de out.
- 2 min de leitura
O estudo destaca a importância da adoção de práticas tradicionais de uso controlado do fogo por comunidades locais

Foto: Agência Pará
Um diagnóstico inédito sobre a gestão do fogo na Amazônia Legal revela que a integração entre instituições e a valorização de saberes tradicionais são estratégias-chave para melhorar o combate às queimadas na região. O estudo, realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), ouviu 122 gestores públicos e apresenta um panorama das ações de prevenção, controle e manejo do fogo nos nove estados da Amazônia Legal.
A publicação surge em meio ao fortalecimento de políticas públicas, como a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (Lei nº 14.944/2024), e após um ano de recordes de incêndios. Em 2024, mais de 30 milhões de hectares foram queimados no Brasil, sendo 82% deles na Amazônia Legal. Em 2025, no entanto, houve uma redução significativa: até agosto, a área queimada caiu 63% em todo o país, com destaque para a Amazônia, onde a queda chegou a 65%, segundo a rede MapBiomas Fogo.
O estudo destaca a importância da adoção de práticas tradicionais de uso controlado do fogo por comunidades locais, como as queimas prescritas em períodos secos, uma das principais estratégias do Manejo Integrado do Fogo (MIF). Para os pesquisadores, é necessário ampliar a capacitação dos profissionais e integrar o planejamento de longo prazo às ações emergenciais.
Apesar dos avanços, o combate ao fogo ainda enfrenta desafios. O número de brigadistas e bombeiros na região é insuficiente. No Amazonas, há apenas um bombeiro para cada 141 mil hectares, enquanto em São Paulo, essa proporção é de um para cada 3 mil hectares. Além disso, dos 808 municípios da Amazônia Legal, apenas 130 possuem unidades do Corpo de Bombeiros.
O IPAM defende que o manejo do fogo deve ir além do combate às chamas, abrangendo prevenção, uso sustentável e valorização das práticas tradicionais. “Estamos mais estruturados do que no ano passado, mas ainda é cedo para dizer que estamos prontos para enfrentar eventos extremos como os de 2024”, avalia Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM.










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