IBGE traça retrato das áreas protegidas na Amazônia Legal
- Solano Ferreira
- há 5 dias
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Novo levantamento revela desigualdades em saneamento e educação em Terras Indígenas, Quilombolas e Unidades de Conservação

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta terça-feira (12), durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), a publicação Áreas Protegidas na Amazônia Legal: Um retrato ambiental e estatístico. O estudo apresenta um panorama inédito sobre as condições de vida e o perfil socioambiental das populações que habitam Terras Indígenas, Territórios Quilombolas e Unidades de Conservação na região.
A publicação reúne dados do Censo 2022 e faz um recorte específico da Amazônia Legal, revelando importantes contrastes em relação à média nacional. Entre os principais resultados, o levantamento mostra que o acesso a saneamento básico é precário para a maioria dos moradores dessas áreas.
Segundo o IBGE, 98,04% dos habitantes de Terras Indígenas, 96,90% dos Territórios Quilombolas e 75,19% das Unidades de Conservação convivem com algum tipo de precariedade no abastecimento de água, coleta de lixo ou esgotamento sanitário. No país como um todo, esse índice é de 27,28%.
A desigualdade também aparece nos dados de educação. Enquanto a taxa nacional de analfabetismo era de 7,00% em 2022, nas áreas protegidas da Amazônia Legal o índice chega a ser mais que três vezes maior: 22,74% em Terras Indígenas, 17,87% em Territórios Quilombolas e 12,92% em Unidades de Conservação.
Os dados populacionais do Censo também foram detalhados. As Terras Indígenas da Amazônia Legal eram habitadas por 428.105 pessoas, das quais 94,29% (403.679) se autodeclararam indígenas e 5,71% (24.426), não indígenas. Já os Territórios Quilombolas reuniam 91.784 moradores, sendo 88,51% (81.234) quilombolas e 11,49% (10.550) não quilombolas. Nas Unidades de Conservação, o IBGE identificou 2.269.009 habitantes em 2022.
A publicação destaca ainda que a Amazônia Legal concentra 84,11% da população brasileira que vive em Reservas Extrativistas, Reservas de Desenvolvimento Sustentável e Florestas Nacionais, Estaduais ou Municipais — áreas que preveem a presença de povos e comunidades tradicionais em seus territórios.
Com o levantamento, o IBGE reforça a importância de integrar informações socioeconômicas e ambientais para subsidiar políticas públicas voltadas à redução das desigualdades e à valorização das populações tradicionais na Amazônia.










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