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Foto do escritorSolano Ferreira

Incentivos econômicos podem reduzir desmatamento no Cerrado

Com desmatamento em alta, mecanismos de remuneração financeira surgem como parte da solução para diminuir pressão sobre vegetação nativa do bioma

Foto: Agência Brasil

desmatamento no Cerrado
Savana mais biodiversa do mundo, o bioma também é considerado o berço das águas do Brasil, abrigando nascentes de 8 das 12 principais bacias hidrográficas brasileiras

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Evitar o desmatamento no Cerrado - não só o ilegal, mas também o que é previsto pelo Código Florestal brasileiro – se mostra cada vez mais necessário: o desmatamento no Cerrado aumentou 68%, atingindo mais de 1 milhão de hectares em 2023 e superando, pela primeira vez, as perdas registradas na Amazônia.


Savana mais biodiversa do mundo, o bioma também é considerado o berço das águas do Brasil, abrigando nascentes de 8 das 12 principais bacias hidrográficas brasileiras, distribuindo água em direção aos demais biomas. Suas árvores possuem raízes capazes de armazenar grandes quantidades de carbono, que voltam à atmosfera quando a vegetação é suprimida.


A implementação de incentivos econômicos podem ser fundamentais para proteger a vegetação do Cerrado e os serviços ecossistêmicos prestados por ele necessários a todos – inclusive para a produção agropecuária.


Exemplo disso é o CONSERV, mecanismo que compensa médios e grandes produtores rurais por conservarem o excedente de vegetação nativa. Desenvolvido pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) em parceria com o Woodwell e com o EDF (Environmental Defense Fund), o projeto possui 22 contratos firmados no Estado de Mato Grosso e um no Pará, somando 20.707 hectares de vegetação protegida que poderia ser legalmente suprimida.


“O CONSERV surgiu com o intuito de provar a tese de que, através de uma compensação, os proprietários rurais podem renunciar ao seu direito de desmatar. Essa tese está comprovada. Agora, é preciso dar escalabilidade”, afirma o diretor executivo do IPAM, André Guimarães.


Para isso, segundo Guimarães, é preciso que governo, setor financeiro, empresas e o agronegócio estejam mobilizados. “A urgência em mitigar as mudanças climáticas requer voltarmos também o olhar para o desmatamento legal”, conclui.


Uma segunda fase do projeto CONSERV está sendo realizada, desta vez em parceria com o setor privado. Além de remunerar produtores por seus excedentes de vegetação nativa, o projeto irá, em parceria com a Produzindo Certo, avaliar as áreas para apoiar na melhoria da produtividade.

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