top of page

Lançado na COP30, mapeamento reúne mais de 50 iniciativas de conservação marinha lideradas por mulheres

  • Foto do escritor: Solano Ferreira
    Solano Ferreira
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura

O papel das mulheres na ação climática ganha novo destaque com o lançamento do Mapeamento Nacional de Iniciativas na Interface entre Gênero, Oceano e Clima. O levantamento reúne 52 iniciativas de todo o país Ocweque são lideradas por mulheres e que as contemplam como beneficiárias. Os projetos envolvem temas como conservação marinha, educação ambiental, economia azul, justiça racial e soluções baseadas na natureza.

ree

Foto: maks_d / Unsplash

Apresentado em Belém (PA) no sábado (15), durante evento no Climate Hub do Instituto Arayara, o estudo mostra a urgência em valorizar a atuação das mulheres na proteção do oceano. Embora elas estejam na linha de frente da conservação marinha e da pesca artesanal, apenas 1% dos recursos climáticos globais alcança organizações com projetos voltados às mulheres, segundo dados da ONU.


O mapeamento foi desenvolvido pelo Grupo de Trabalho COP30 da Liga das Mulheres pelo Oceano, que reúne pesquisadoras, lideranças comunitárias e organizações da sociedade civil. A coleta de dados combinou chamadas públicas através de e-mails, grupos de mensagens e redes sociais e busca ativa em territórios costeiros. “A princípio, o foco era identificar projetos cujas beneficiárias fossem mulheres, mas recebemos um número expressivo de iniciativas lideradas por mulheres, mesmo quando o público-alvo era mais amplo. Isso já é um achado importante, mostra o quanto as mulheres estão protagonizando ações na interface entre gênero, oceano e clima em diferentes contextos e escalas”, explica a pesquisadora Simone Madalosso, coordenadora do mapeamento. Ela ressalta que a lista não é exaustiva, pois nem todas as organizações que trabalham com o tema podem ter tido acesso ao questionário.


Os estados do Norte e Nordeste, com destaque para Amazonas, Pará, Amapá, Ceará, Bahia, Pernambuco e Sergipe, concentram iniciativas na pesca artesanal, no manejo de manguezais, na governança das reservas extrativistas costeiras e na adaptação de comunidades tradicionais às mudanças climáticas. No Sudeste, o destaque são projetos relacionados à educação ambiental urbana, à recuperação de ecossistemas costeiros, à gestão participativa e ao uso de tecnologias para conservação marinha e oceânica. Já no Sul, predominam as iniciativas de formação comunitária, economia circular e gestão de baías e estuários.


Entre os principais desafios apontados pelas participantes está o financiamento. Madalosso observa que a maioria das iniciativas opera com poucos recursos e, em muitos casos, de forma voluntária. As lideranças relatam dificuldades para acessar e compreender editais ou cumprir os requisitos burocráticos exigidos, o que as leva a depender de intermediários do terceiro setor para a submissão das propostas.


Os resultados reforçam a importância de financiamento direto e contínuo das iniciativas, e que os recursos devem priorizar as associações de base comunitária, responsáveis diretas por segurança alimentar, geração de renda e desenvolvimento territorial. O documento também sugere medidas como a articulação em rede para trocas de experiências, com integração entre ciência e saberes tradicionais, além de campanhas públicas e ações de comunicação para aumentar a visibilidade do trabalho das mulheres do mar.


Madalosso sublinha a necessidade de capacitar as mulheres para a gestão de projetos e para a captação de recursos, assim como de aprimorar os formatos de financiamento para acesso facilitado e de fomentar economias locais das quais as mulheres já fazem parte. O mapeamento também destaca iniciativas vinculadas a políticas estruturantes, como o Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio), que promove o desenvolvimento de cadeias produtivas de base comunitária.


Segundo o documento, é fundamental garantir a representação de mulheres e comunidades tradicionais em espaços de decisão, como conselhos, comitês de bacias e colegiados de gestão costeira. É importante também incluir o recorte de gênero e oceano nas estratégias nacionais de clima, como o Plano Nacional de Adaptação e as contribuições voluntárias brasileiras para a redução das emissões, garantindo recursos específicos para ações lideradas por mulheres. “Elas devem partir do princípio de que as soluções climáticas mais eficazes são aquelas construídas junto a quem vive e protege os territórios”, avalia Madalosso.


Para a equipe da Liga, o recorte de gênero e oceano deve ser incluído nas estratégias nacionais de clima, como o Plano Nacional de Adaptação e as contribuições voluntárias brasileiras para a redução das emissões, garantindo recursos específicos para ações lideradas por mulheres. “Elas devem partir do princípio de que as soluções climáticas mais eficazes são aquelas construídas junto a quem vive e protege os territórios”, frisa Madalosso.


Quem somos

O Blog MUNDO E MEIO é um canal de comunicação segmentado para o jornalismo ambiental, sustentabilidade, economia responsável, pesquisas que apresentam resultados transformadores, tecnologias e inovações que ajudam na vida sustentável.

Enfim, somos guiados pelo interesse coletivo visando a vida equilibrada neste planeta, de forma que as futuras gerações encontrem condições naturais e humanas que garantam a continuidade dos ciclos vitais.

Presamos pela verdade, pelo jornalismo ético e acreditamos que é possível melhorar a vida no meio em que vivemos com práticas responsáveis que levam para o equilíbrio e promovam o desenvolvimento sustentável. Por isso, tudo o que publicamos, buscamos evidências que comprovem e afirmam o que está destacado no conteúdo.

TIPOS DE CONTEÚDOS:

Notícias: publicações de fatos e acontecimentos do cotidiano que sirvam para a reflexão e para a criação de múltiplos pontos de vista soabre o tema.

Análises: Textos produzidos por especialistas e conhecedores de temas que possam contribuir com a formação da opinião e do discernimento sobre o assunto abordado.

Opinião: Textos produzidos por pessoas com amplo domínio quanto ao assunto tratado.

Pesquisas: Conteúdos de divulgação de resultados de pesquisas que favoreçam para a sustentabilidade tendo como autores profissionais e instituições renomadas que possam certificar originalidade e segurança de resultados.

Conteúdo patrocinado: Informações de interesse público produzidos e distribuídos por empresas ou instituições tendo como finalidade mostrar suas mensagens e ideias dentro do contexto editorial deste periódico.

Fale conosco

SF Comunicação e Marketing

Rua Patápio Silva, 5412 bairro Flodoaldo Pontes Pinto

CEP 76820-618 Porto Velho - RO

WhatsApp: 69 99214-8935

Editor Responsável: Solano de S. Ferreira DRT/RO 1081

E-mail: redacao.mundoemeio@gmail.com

  • Black Facebook Icon
  • Black Twitter Icon
  • Black Instagram Icon

Gratos pelo contato

bottom of page