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Lideranças amazônicas entregam carta no Congresso e iniciam 53 projetos de sociobiodiversidade

  • Foto do escritor: Solano Ferreira
    Solano Ferreira
  • 18 de set.
  • 3 min de leitura

Semana da Sociobiodiversidade 2025 reuniu mais de 300 representantes indígenas, quilombolas e extrativistas em Brasília, apresentou reivindicações prioritárias e marcou o início de um novo ciclo de apoio do Fundo LIRA

 

Foto :Acervo CNS
Foto :Acervo CNS

A defesa da sociobiodiversidade da Amazônia chega ao Congresso Nacional no último dia 4 de setembro, quando mais de 300 lideranças indígenas, quilombolas, ribeirinhas e extrativistas entregam a Carta da Sociobiodiversidade 2025 durante sessão solene. O documento reúne reivindicações que vão desde o fortalecimento das economias da floresta até a garantia de direitos territoriais e a implementação de políticas públicas voltadas a povos e comunidades tradicionais. 


Entre os pontos destacados estão o apoio a cadeias produtivas como castanha, óleos vegetais, mel e pesca artesanal; o reconhecimento das práticas de proteção territorial realizadas pelas próprias comunidades; a criação de políticas de financiamento direto e simplificado; e a valorização do papel das mulheres e da juventude na conservação e no desenvolvimento sustentável. 


O encontro também marca o início de 53 novos projetos apoiados pelo Fundo LIRA (Legado Integrado da Região Amazônica), iniciativa do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. Até 2026, serão investidos R$6,8 milhões em ações que beneficiarão 26 Terras Indígenas, 30 Unidades de Conservação e um território quilombola, abrangendo cadeias produtivas da sociobiodiversidade, projetos de proteção e monitoramento territorial e iniciativas de desenvolvimento institucional. 


As falas vindas dos territórios mostram a força desse movimento. "O LIRA vem realizar um sonho do nosso quilombo, com a suinocultura ecológica e a pesca artesanal do camarão", afirma Diglison, do Quilombo Rumo (MA). "Além de aumentar a produção de óleo de andiroba, vamos fortalecer toda a cadeia socioprodutiva com protagonismo das mulheres", diz Maria Nelson, jovem das Amélias da Amazônia, da Floresta Nacional do Tapajós (PA). 

No Amazonas, Regina, da Associação de Produtores Indígenas da Terra Indígena Caititu (APITC), ressalta a importância cultural das ações. "O projeto recupera a medicina tradicional que já estávamos perdendo, com protagonismo das mulheres nas aldeias", afirma. "Há 28 anos sonhamos com a sede da nossa associação. Agora, com o Fundo LIRA, esse sonho vai se concretizar", diz Keila Paixão, da Associação de Mulheres Mãe Venina do Quilombo Curiau (AP). 


A força simbólica também aparece no Acre, com Maria Valdenice, do povo Nukini. "Para nós, LIRA é liberdade indígena rural do Acre", afirma. Outra liderança resume o impacto político do encontro: "O LIRA chega quando estamos muito frágeis e nos mostra que temos voz e o direito de correr atrás dos nossos direitos", diz Raquel Da Silva Sampaio, da ACAJE – Associação dos Moradores da Comunidade do Jaramacaru e Região (PA). 


Para Fabiana Prado, gerente do LIRA/IPÊ, o fundo é concebido justamente para conectar a conservação da floresta com a vida das comunidades. "Nosso propósito é construir juntos um legado. Só conseguimos resultados se caminharmos em parceria, fortalecendo tanto a gestão das áreas protegidas quanto as economias da sociobiodiversidade e o bem-estar dos povos da floresta", diz.


Destaques do Fundo LIRA 2025

Investimento total: R$ 6,8 milhões

Organizações apoiadas: 53 (20 indígenas, 4 quilombolas, 24 comunitárias e 4 cooperativas)

Territórios beneficiados:

26 Terras Indígenas

30 Unidades de Conservação (19 federais e 11 estaduais)

1 Território Quilombola

Linhas de apoio:

34 cadeias produtivas da sociobiodiversidade (castanha, óleos, mel, pesca artesanal, entre outras)

11 projetos de proteção e monitoramento territorial

7 iniciativas de fortalecimento institucional

 

Sobre o LIRA


O Fundo LIRA - Legado Integrado da Região Amazônica é uma iniciativa integrativa que potencializa ações de conservação da Amazônia, através de três componentes: 1) Financia projetos socioambientais com povos e comunidades tradicionais; 2) Gestão do Conhecimento e Inovação; e 3) Políticas Públicas socioambientais. Articula uma rede de 125 organizações com atuação em 5 estados com bioma Amazônico, através da execução de 50 projetos em 59 áreas protegidas (terras indígenas e unidades de conservação) - promovendo conservação da biodiversidade, o bem viver de povos e comunidades tradicionais e resiliência climática. Executor: IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas. Parceiros Financiadores: Fundo Amazônia e Gordon and Betty Moore Foundation. Parceiros Institucionais: Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Amazonas - SEMA-AM e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-Bio. Link

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