Pesquisadores definiram áreas prioritárias para expedições à procura de descobertas subterrâneas
Foto: Freepik
Com a maior biodiversidade do mundo, o avanço de estudos científicos realizados e a frequência de novas descobertas indicam que o Brasil ainda tem muito a revelar. A variação de clima, biomas e altitudes é um cenário propício para essa teoria, que em 2021 ganhou ainda mais força, a partir do periódico científico Nature, Ecology and Evolution, que apontou que o país é o primeiro do mundo em potencial de descoberta de espécies. Em relação às riquezas subterrâneas deste território, a teoria é reiterada, pois a geologia e relevo aqui encontrados sugerem que pode haver ainda muitas cavernas e espécies desconhecidas pela ciência. Buscando revelar as riquezas subterrâneas do Brasil, pesquisadores se reuniram para desenvolver um mapa de áreas prioritárias para prospecção de cavernas.
A atividade faz parte do Plano de Ação Nacional para Conservação do Patrimônio Espeleológico Brasileiro (PAN Cavernas do Brasil) e envolveu membros do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav), Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), Serviço Geológico do Brasil (CPRM), grupos de espeleologia e um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Segundo o analista ambiental do ICMBio/Cecav e coordenador da ação, Tiago Silva, a iniciativa partiu da constatação de que há muitos territórios no Brasil que indicam à ocorrência de cavernas, porém com poucas ou nenhuma informação registrada no Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (Canie), que atualmente conta com o registro de mais de 23 mil cavernas.
"Este mapa poderá orientar as expedições de prospecção espeleológica, propiciando o registro de novas cavernas, até então fora do cadastro oficial (Canie), contribuindo para o avanço do conhecimento do patrimônio espeleológico brasileiro. Além disso, outras ações do PAN têm o resultado desta como subsídio. Como por exemplo, a ação que disponibilizará recursos financeiros para financiar expedições de prospecção espeleológica exatamente nas áreas indicadas pela ação que desenvolveu o mapa de áreas prioritárias", afirmou Tiago.
Segundo o analista ambiental, o estabelecimento de áreas prioritárias resultantes desta ação atenderá a esta edição do PAN, mas não esgotará a demanda. "Em uma nova edição do PAN, novos conjuntos de áreas poderão ser indicados. Entende-se que esse trabalho poderá se tornar contínuo, com publicações regulares dessas áreas prioritárias vinculadas a editais para financiamento de expedições", disse Tiago Silva.
PAN Cavernas do Brasil
O PAN possui 45 ações, que são distribuídas em quatro objetivos específicos, visando cumprir o objetivo geral: prevenir, reduzir e mitigar os impactos e danos antrópicos sobre o patrimônio espeleológico brasileiro, espécies e ambientes associados, em cinco anos. Além disso, contempla 169 táxons nacionalmente ameaçados de extinção, estabelecendo seu objetivo geral, objetivos específicos, prazo de execução, formas de implementação, supervisão e revisão.
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