MIDR participa de assinatura de plano integrado para impulsionar polos de irrigação no Brasil
- Solano Ferreira
- 17 de abr.
- 3 min de leitura
Irrigação eficiente é uma das estratégias para garantir segurança hídrica nas regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas

Brasília (DF) – Com foco no fortalecimento da agricultura irrigada e no desenvolvimento regional, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) participou, nesta terça-feira (15), do lançamento da Aliança pelo Desenvolvimento Energético dos Polos e Projetos de Irrigação do Brasil. A iniciativa, liderada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), conta com a parceria do MIDR e do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), e foi apresentada às distribuidoras de energia elétrica de todo o país.
Para o secretário nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira, o plano representa um avanço estratégico para a eficiência dos projetos públicos de irrigação no Brasil. "A irrigação eficiente é uma das principais ferramentas para assegurar segurança hídrica e produtiva, especialmente em regiões vulneráveis às mudanças climáticas. Com a Aliança, promovemos uma atuação integrada entre água e energia, potencializando projetos públicos de agricultura irrigada, gerando emprego, renda e impulsionando o desenvolvimento regional de forma sustentável", afirmou.
A ação visa ampliar o uso da irrigação nas áreas agrícolas brasileiras, promovendo maior integração entre os setores de energia e agropecuária, além de incentivar a autoprodução de energia por agricultores e fomentar a geração de emprego e renda no campo. O Brasil possui atualmente cerca de 9,6 milhões de hectares irrigados, mas tem potencial para expandir essa área para até 53,4 milhões de hectares — sendo 26,69 milhões em áreas agrícolas e 26,72 milhões em pastagens. A irrigação já representa mais da metade do uso consuntivo de água no país, com tendência de crescimento nos próximos anos.
O plano de trabalho da Aliança prevê a entrega, ainda em 2025, de 11 produtos de controle que buscam garantir maior transparência e eficiência nas ações. Entre as propostas, destaca-se a flexibilização dos horários de fornecimento de energia elétrica para irrigação, prevista na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), o que permitirá maior sinergia entre os sistemas elétrico e agrícola.
O MIDR terá papel fundamental na articulação com os polos de irrigação e na identificação das demandas regionais, contribuindo para que o planejamento energético atenda às necessidades da agricultura irrigada. A proposta também avalia alternativas de financiamento para redes de distribuição trifásica e para a expansão da transmissão, de modo a beneficiar projetos públicos e polos irrigados sem onerar os consumidores.
Outra frente de trabalho é o incentivo à autoprodução de energia por meio de instrumentos como o Plano Safra, garantindo maior autonomia energética e redução dos custos operacionais nas propriedades rurais. Além disso, a iniciativa contempla o estudo de medidas legais e regulatórias para inclusão dos estados de Espírito Santo e Minas Gerais no Polígono da Seca, com o objetivo de ampliar o alcance das políticas públicas voltadas ao semiárido.
A diretora de Irrigação do MIDR, Larissa Rego, destacou a importância da ação integrada para o futuro do setor. "A Aliança pelo Desenvolvimento Energético representa um marco na integração entre projetos públicos de agricultura irrigada e energia no Brasil. Com ações coordenadas entre os ministérios e o setor elétrico, vamos ampliar a eficiência do uso da água, incentivar a autoprodução de energia no campo e impulsionar o desenvolvimento sustentável dos polos irrigados, fortalecendo a segurança alimentar e a geração de renda no meio rural", apontou a diretora.
Polos de agricultura irrigada
Os polos de agricultura irrigada são áreas de alto potencial produtivo, onde o uso de tecnologias permite até três safras por ano, gerando até 1,2 emprego por hectare irrigado. Atualmente, o Brasil conta com 18 polos de agricultura irrigada reconhecidos pelo Governo Federal. A seleção é feita com base em critérios técnicos, como a relevância econômica da produção. Considera-se também o potencial de expansão ou de ganho de produtividade. A atuação conjunta dos ministérios busca fortalecer esse modelo e torná-lo motor de desenvolvimento regional em todo o país.
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