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Foto do escritorSolano Ferreira

Número de pesquisas científicas sobre cavernas aumentou 280% ao longo de 16 anos

Parque Nacional da Furna Feia (RN) - Foto: Diego Bento (ICMBio/Cecav)

As cavernas são responsáveis por uma série de processos naturais, desempenham papel fundamental no armazenamento da água, protegem e conservam minerais raros e servem de abrigo para diversas espécies, muitas delas endêmicas. Além disso, os ambientes naturais subterrâneos oferecem um laboratório natural de conhecimento, em que é possível entender como as mudanças do clima estão impactando o meio ambiente, permitindo que sejam definidas estratégias para frear ou reduzir esses impactos. A importância desses locais tem ficado cada vez mais evidente, tanto que o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav) identificou que o número de pesquisas científicas sobre esses ambientes naturais aumentou 280% ao longo de 16 anos. 


Os dados avaliados fazem parte do comparativo entre os períodos de 2008 a 2024. De acordo com o Sistema de Autorização e informação em Biodiversidade (Sisbio), em 2008 foram submetidas 20 pesquisas e em 2024, houve um pico de 76 estudos (até o início de dezembro), representando um aumento exponencial. Segundo os dados obtidos, houve uma queda nas pesquisas durante a pandemia da Covid - 19, no entanto, esse número se manteve superior ao ano base, 2008. No total, foram realizadas 700 pesquisas científicas ao longo de 16 anos, esse aumento reflete uma mudança significativa no ritmo e na intensidade das atividades de pesquisa em várias áreas do conhecimento. 


Segundo o analista ambiental do ICMBio/Cecav, Diego de Medeiros Bento, um dos motivos para esse aumento no número de estudos envolvendo o patrimônio espeleológico brasileiro é o direcionamento, pelo centro de pesquisa, de recursos de compensação espeleológica para o financiamento de projetos e ações que atendam ao Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico (Portaria MMA no. 358/2009). "Até o momento, foram apoiados 162 projetos, envolvendo 67 instituições de pesquisa e/ou conservação, sendo 22 delas universidades, que abrangeram ao menos 113 formações acadêmicas (desde iniciações científicas até pós-doutorados)", disse Diego. Para informações mais detalhadas sobre os projetos e ações apoiados, acesse


Para Diego, outro importante resultado dessas iniciativas é o aumento na quantidade de instituições e de pesquisadores que passaram a pesquisar as cavernas e sua geo e biodiversidade, incluindo instituições de pesquisa em todas as regiões brasileiras. "Assim, é de se esperar que o número de pesquisas continue aumentando, com a formação de cada vez mais pesquisadores, alimentando um ciclo virtuoso que só tende a ampliar a conservação do patrimônio espeleológico", afirmou o analista ambiental.


As pesquisas realizadas até este ano envolvem todas as áreas de conhecimento relacionadas ao patrimônio espeleológico, incluindo biologia subterrânea, conservação, geoespeleologia, paleoclima, arqueologia, paleontologia, entre outras. 


Sisbio 


O Sisbio é um sistema de atendimento à distância que permite que pesquisadores solicitem autorizações para coleta de material biológico e para a realização de pesquisa em unidades de conservação federais e cavernas. 


"As pesquisas inseridas no Sisbio permitem registrar e conhecer a evolução dos esforços de investigação nessas diversas áreas de conhecimento envolvendo cavernas, de modo que podemos dar um retorno para toda a sociedade, principalmente às instituições, pesquisadores, outros setores do Governo e demais interessados", salientou o analista ambiental do ICMBio/Cecav José Carlos R. Reino.


Os serviços que podem ser solicitados pelo pesquisador por meio do sistema são:


  • Autorizações para atividades com finalidade científica

  • Autorizações para atividades com finalidade didática (no âmbito do ensino superior)

  • Licença Permanente

  • Registro Voluntário para coleta e transporte de material botânico, fúngico e microbiológico

  • Autorização para ações de manejo previstas em plano nacional, programa de manejo populacional ou plano de manejo de unidade de conservação federal do ICMBio.



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