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Povos indígenas de Juara e Rondolândia celebram aprovação de projetos pela Conab no valor de R$4,3 milhões

  • Foto do escritor: Solano Ferreira
    Solano Ferreira
  • 13 de mai.
  • 4 min de leitura

Iniciativa apoiada pelo REM MT fortalece a cadeia da castanha-da-Amazônia, garante renda justa para povos indígenas e promove conservação da floresta em Mato Grosso

Povos indígenas celebram aprovação de projeto junto à Conab - Foto: Programa REM MT
Povos indígenas celebram aprovação de projeto junto à Conab - Foto: Programa REM MT

O Projeto Man Gap, apoiado pelo Programa REM MT, teve uma importante conquista com a aprovação de três projetos no valor de R$4,3 milhões pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sendo que um deles está em conclusão e dois em contratação para início da comercialização da produção por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Com isso, será realizada a compra de castanha beneficiada produzida por quatro povos indígenas do município de Juara, com destino a diversas escolas da rede pública do município.


A iniciativa foi aprovada como a segunda melhor classificada na categoria acima de R$750 mil entre os projetos do estado de Mato Grosso, e representa um marco para os povos Apiaká, Kayabi, Munduruku e Zoró, responsáveis por esse projeto. O Man Gap conta com o apoio de uma ampla rede de parceiros, incluindo a Prefeitura de Juara,  Secretaria de Estado de Educação (SEDUC), Secretaria de Estado da Saúde (SESAU), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e da  Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI).


VALORIZAÇÃO DOS PRODUTOS DA SOCIOBIODIVERSIDADE


O coordenador do projeto, Paulo César Nunes, conta que historicamente, as comunidades indígenas da região realizavam a coleta da castanha-da-Amazônia e a vendiam in natura para intermediários, sob condições de extrema desvantagem. Nas últimas décadas, práticas que não beneficiam os povos indígenas, como o escambo e o adiantamento com juros elevados, mantinham os extrativistas em um ciclo de endividamento e exploração. O Projeto Man Gap surgiu para estruturar a cadeia, com um valor justo e com práticas sustentáveis, além de fomentar o protagonismo dos povos indígenas. 


“O principal objetivo do Projeto Man Gap é o desenvolvimento da Cadeia de Valor da Amazônia, nas terras indígenas Zoró e Apiaká-Kaybi, municípios de Rondolândia e Juara, de modo a transformar o que era um círculo vicioso de dívidas e trabalho forçado ininterrupto pelos indígenas, para um círculo virtuoso de prosperidade, empoderamento, dignidade humana e orgulho de realizarem um trabalho nobre, valorizado, que mantém a cultura deles e, ao mesmo tempo, protege o território. À medida que o preço pago pela castanha aumenta, mais famílias indígenas se envolvem na coleta e mais distante os extrativistas vão buscar a castanha, o que ajuda a fiscalizar o território”, disse Paulo.

Mulheres indígenas em atividade de beneficiamento da castanha — protagonismo feminino na cadeia da sociobiodiversidade - Foto: Programa REM MT
Mulheres indígenas em atividade de beneficiamento da castanha — protagonismo feminino na cadeia da sociobiodiversidade - Foto: Programa REM MT

O projeto atua em atividades como a gestão financeira do Fundo Rotativo Solidário Indígena, que também recebeu apoio do Programa REM MT para sua estruturação. O fundo fomenta o empoderamento das lideranças e garante o capital de giro necessário para o beneficiamento e comercialização da castanha dentro dos próprios territórios. 


Essa estratégia resultou na aprovação de três projetos junto à Conab, totalizando R$4,3 milhões até o final de 2025, destinados à compra de 54 toneladas de castanha beneficiada, que irão alimentar 54 mil pessoas em situação de vulnerabilidade nos municípios de Juara e Rondolândia.


O projeto Man Gap também fomenta a participação de mulheres e jovens, gerando impactos diretos na formação de uma nova geração de lideranças indígenas. Estudantes da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), por exemplo, já desenvolvem trabalhos de conclusão de curso sobre a cadeia da castanha na Terra Indígena Apiaká-Kayabi.


A castanha coletada também voltará, inclusive, à mesa das famílias, reforçando hábitos alimentares saudáveis e a segurança alimentar dos povos. As escolas indígenas beneficiadas com o produto também se tornam espaços de valorização cultural e de conscientização das novas gerações sobre a importância da floresta em pé e do trabalho de seus pais e avós.


FÁBRICA DE BENEFICIAMENTO DE CASTANHAS 


O Programa REM MT apoia, desde 2022, o projeto Man Gap e em 25 de abril de 2024, o programa inaugurou a fábrica de beneficiamento de castanha-da-Amazônia da Terra Indígena Zoró, localizada na aldeia Guwa Puxurej, em Rondolândia. O evento reuniu 32 aldeias Zoró representadas por seus caciques, além de autoridades da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SEAF), Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (SETASC) e Conab.

Fábrica construída com apoio do Programa REM MT marcou nova fase de autonomia e renda para o povo Zoró - Foto: Priscila Soares/Programa REM MT
Fábrica construída com apoio do Programa REM MT marcou nova fase de autonomia e renda para o povo Zoró - Foto: Priscila Soares/Programa REM MT

“O apoio do Programa REM MT foi fundamental para o desenvolvimento desta cadeia de valor nos dois territórios indígenas, localizados na região com o maior maciço de floresta amazônica do estado. O que o REM fez foi olhar para dentro das comunidades, a partir da valorização interna, do trabalho das pessoas e da conservação dos recursos naturais que são vitais à vida desses povos. Por este motivo as comunidades agradecem aos doadores e ao Governo do Estado”, destacou Paulo Nunes.


Com o sucesso da iniciativa, o Projeto Man Gap se consolida como uma referência para a replicação de estratégias de valorização da sociobiodiversidade e geração de renda em territórios indígenas. O apoio do Programa REM MT segue sendo fundamental para fortalecer a autonomia das comunidades, ampliar o alcance do mercado institucional e garantir que mais famílias possam viver com dignidade, mantendo vivas suas tradições e protegendo as florestas.


CONHEÇA O REM MT


O Programa REM MT é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado de Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento. 


Na fase I do Programa REM MT, foram apoiados 157 projetos, beneficiando 144 organizações sociais, entre elas, 114 associações ou cooperativas. Os projetos abrangem os três biomas de Mato Grosso: Amazônia, Cerrado e Pantanal.


Dentre os resultados alcançados pelo programa, se destacam as 603 aldeias atendidas, onde vivem 43 povos indígenas, os 107 municípios mato-grossenses beneficiados, as mais de 35 mil pessoas atendidas e os 160 mil hectares de desmatamento evitados em Mato Grosso por meio da atuação do REM MT, nos anos de 2021 e 2022.  


O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestores financeiros o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS). Para sugestões, reclamações ou esclarecimentos, fale com a ouvidoria da SEMA pelo telefone: 0800 065 3838 ou (65) 99321-9997 (WhatsApp) .



Por Priscila Soares (REM MT)


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