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Relatório de especialistas da Força-Tarefa do Clima do G20 pede ação urgente para conciliar crescimento econômico com metas climáticas

Foto do escritor: Solano FerreiraSolano Ferreira

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

metas climáticas
Segundo o relatório, bancos nacionais e multilaterais de desenvolvimento devem alavancar o financiamento verde

Todos os países do G20 devem tomar medidas urgentes para adotar novos caminhos de desenvolvimento que conciliem o crescimento econômico com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. E isso tem de ser feito por meio de estratégias industriais verdes ambiciosas, de novas abordagens para governança global que priorizem a equidade e de políticas financeiras verdes orientadas em torno das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs; são os documentos que oficializam a contribuição de cada país para o sucesso do Acordo de Paris).


As informações estão no relatório do Grupo de Especialistas da Força-Tarefa do Clima (TF Clima), encomendado pela Presidência Brasileira do G20. O grupo é co-coordenado pela italiana Mariana Mazzucato, professora de Economia da Inovação e Valor Público na University College London (UCL) e diretora fundadora do Instituto de Inovação e Propósito Público da UCL, e pela camaronesa Vera Songwe, fundadora e presidente do Conselho do Mecanismo de Liquidez e Sustentabilidade e membro sênior não residente da Brookings Institution (EUA).


O documento intitulado “A Green and Just Planet: The 1,5°C Agenda for Governing Global Industrial and Financial Policies in the G20” será lançado nesta quarta (23), em Washington DC (EUA). O relatório foi elaborado por doze especialistas renomados convidados pelo Governo Brasileiro, que se reuniram ao longo de 2024 para desenvolver recomendações sobre o alinhamento das políticas econômicas e financeiras com a ação climática.


“O objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais exige uma ação urgente por parte do G20″, diz a economista italiana Mariana Mazzucato. “Os países do G20 devem avançar com estratégias industriais verdes ambiciosas alinhadas com os suas NDC (contribuições nacionalmente determinadas) e trabalhar para redirecionar o financiamento – incluindo os imensos recursos em bancos de desenvolvimento multilaterais e nacionais – para garantir que todos os países tenham espaço fiscal para agir.”


De acordo com o relatório, a estratégia industrial verde alinhada com as metas das NDC, que oficializam a contribuição de cada país para o sucesso do Acordo de Paris, deve ser o eixo central dos planos de transição dos países, servindo para coordenar a ação climática intersetorial e de todo o governo e dando aos estados a capacidade de absorver e implantar o financiamento verde de uma forma coerente e estratégica.


“Os investimentos alinhados ao clima proporcionarão a história de crescimento e prosperidade do século 21”, enfatiza Vera Songwe. “O financiamento destes investimentos exigirá capital público e privado de longo prazo e de baixo custo, bem como estruturas de financiamento inovadoras para responder às necessidades dos países e as demandas do setor privado. Está dentro da competência do G20 implementar políticas, inclusive através de regulamentações prudenciais, que proporcionem o financiamento necessário para atingir este objetivo”, afirma. “Nosso planeta está sob ataque. O G20 pode implementar políticas e fornecer financiamento que reverta esta tendência.”


O relatório defende que o G20 deve reforçar os apelos existentes para uma arquitetura financeira global equitativa que apoie a capacidade dos países de criar espaço fiscal e angariar capital para investimentos verdes. O relatório independente do Grupo de Especialistas do TF-CLIMA será lançado em 23 de outubro, antes da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Baku, Azerbaijão (COP29) e da Cúpula dos Líderes do G20 no Rio de Janeiro — ambas em novembro.


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