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Agronegócio precisa da proteção das florestas, alerta diretor executivo do IPAM

  • Foto do escritor: Solano Ferreira
    Solano Ferreira
  • há 6 dias
  • 3 min de leitura

Serviços ecossistêmicos desempenhados por áreas de vegetação nativa, como a chuva, regulação da temperatura e polinização, são imprescindíveis para a produtividade no campo e a segurança alimentar. 


Foto; Acervo Wix
Foto; Acervo Wix

Proteger as florestas é fundamental para assegurar a produtividade do agronegócio brasileiro, afirmou André Guimarães, diretor executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), durante o evento "GLF FORESTS 2025: Definindo a próxima década de ação", organizado pelo Fórum Global de Paisagens, em Bonn, na Alemanha. O encontro debateu temas relacionados à valorização das florestas e à integração entre áreas produtivas e vegetação nativa, com foco na criação de paisagens resilientes às mudanças climáticas. 


"Primeiro, não há como pensar em alcançar a meta de 1,5°C sem as florestas tropicais. Sem a Amazônia, não existe Acordo de Paris. Além disso, sem essas florestas, não teremos segurança alimentar global. Isso porque entre 40% e 50% da produção mundial de alimentos vem de países tropicais, onde, na maioria dos casos, a agricultura não é irrigada e, portanto, depende das chuvas geradas pelas florestas. Tudo está interconectado", destacou Guimarães. 


Segundo estudos conduzidos pelo IPAM na região central do Brasil, o aumento da temperatura está diretamente relacionado à queda na produtividade agrícola. De acordo com os pesquisadores, para cada grau de aumento na temperatura, a produção de soja pode cair 6%, enquanto a do milho pode ter uma redução de 8%. Além disso, alterações no clima estão associadas à ocorrência de eventos extremos e à perturbação dos regimes de chuvas, o que resulta em perdas para a produção agrícola. 


"Temos regiões do Cerrado e da Amazônia em que foi registrado um aumento de até 4°C na temperatura média. Isso significa que o cultivo de soja e milho nessas áreas já não é viável ou lucrativo. Precisamos, portanto, mudar o paradigma e enxergar as florestas como parte do sistema produtivo. Quanto mais floresta tivermos, mais produção, mais água e mais controle natural de pragas teremos", alertou. 


O Fórum Global de Paisagens é uma organização multissetorial que apoia o desenvolvimento de paisagens produtivas e resilientes às mudanças climáticas. A entidade também atua na criação de mecanismos de financiamento para a proteção das florestas e estratégias de transição energética. Atualmente, o fórum é composto por mais de 10 mil organizações em 185 países. O evento foi gravado e está disponível no canal do GLF no YouTube. 


Mantendo o desmatamento sob controle 


Com a recente redução dos índices nacionais de desmatamento, Guimarães defende a criação de mecanismos para evitar que a perda de vegetação nativa volte a crescer, além da necessidade de adaptar as políticas de combate ao desmatamento. 


"Se reuníssemos todo o dinheiro da filantropia mundial, ainda assim teríamos apenas uma fração dos recursos necessários para garantir a segurança ambiental do planeta. Mas é melhor investir agora do que lidar com um futuro incerto. Combater o desmatamento tem duas frentes: precisamos reduzi-lo, por meio de políticas de comando e controle e da aplicação da lei. No entanto, para mantê-lo em níveis baixos, são necessárias outras ferramentas. Precisamos substituir práticas insustentáveis por modelos mais sustentáveis de uso do solo, e isso exige investimentos", afirmou. 


Nesse contexto, iniciativas como o programa CONSERV, que remunera produtores rurais pela conservação de áreas de vegetação que poderiam ser legalmente desmatadas, podem servir como modelo para o futuro da conservação florestal. Desde 2020, o programa já firmou 21 contratos com produtores de Mato Grosso e do Pará, evitando a emissão de mais de 2 milhões de toneladas de CO₂ e protegendo mais de 20 mil hectares de vegetação. 


Da mesma forma, o projeto GALO (Global Assessment from Local Observations) também pode ser fundamental para compreender a relação entre áreas produtivas e naturais no campo. A iniciativa, conduzida na Estação de Pesquisa Tanguro, investiga como as dinâmicas dos biomas Amazônia e Cerrado são influenciadas por fatores como o clima e a produtividade agrícola.

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