Peixes-boi e mais: os esforços da Eletrobras pela preservação da biodiversidade da Amazônia
- Solano Ferreira
- há 12 minutos
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Com investimento de R$ 269 milhões, a empresa desenvolveu em 2024 ações e projetos ambientais, com destaque para preservação de 92 espécies ameaçadas

Fundamental na proteção da biodiversidade da região amazônica, o Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos e Quelônios Aquáticos (CPPMQA), mantido pela Eletrobras desde 1985, comemora um avanço importante: quatro filhotes de peixe-boi-da-Amazônia (Trichechus inunguis) nasceram no local e três fêmeas estão prenhas e sob monitoramento. Há cinco anos o CPPMQA não registrava nascimentos de peixes-bois, símbolo importante da Amazônia. A entidade fica nas imediações da Usina Hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo (AM), e faz parte de um programa de conservação da fauna implantado pela Eletrobras em vários estados do país, que inclui as iniciativas da companhia e os compromissos estabelecidos no âmbito de licenciamentos ambientais.
Com investimento de R$ 269 milhões, a Eletrobras desenvolveu somente em 2024 diversas ações e projetos ambientais, com destaque para preservação de 92 espécies ameaçadas de extinção. O CPPMQA também atua na reabilitação dos animais e os acompanha até que sejam reintroduzidos na natureza, quando possível. Atualmente, 46 peixes-bois vivem no local e são monitorados pela equipe técnica. Em 2024, numa ação inédita, cinco peixes-bois foram soltos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã. O trabalho foi uma parceria da Eletrobras com a Associação Amigos do Peixe-boi (AMPA).
"A Eletrobras é signatária de compromissos para a proteção da biodiversidade e temos uma Política de Sustentabilidade que orienta as ações da companhia em prol do meio ambiente. Esse ano já nasceram quatro filhotes e outros três estão a caminho", comemora Camila Gualda, vice-presidente de Governança e Sustentabilidade da Eletrobras.
O peixe-boi é o maior mamífero aquático de água doce do mundo, podendo medir até três metros e pesar quase 450 kg. Segundo a lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) das espécies ameaçadas, o peixe-boi da Amazônia é vulnerável à extinção devido à caça indiscriminada e à degradação de seu habitat. Hoje, graças aos esforços de conservação, sua população começa a se recuperar, mas ainda depende da proteção contínua para garantir a sua sobrevivência.
"O trabalho que fazemos aqui permite a continuidade da existência deles e do equilíbrio do ecossistema amazônico. Esses animais se alimentam de plantas aquáticas, ajudam a controlar a vegetação e a preservar a qualidade da água dos nossos rios e lagos. São fundamentais para a saúde do ecossistema aquático", explicou Katriana de Freitas Ossami, gerente de Gestão de Condicionantes da Eletrobras na Região Norte.
Veja fotos e vídeos dos peixes-boi-da-Amazônia nascidos no CPPMQA: Link
Preservação de outras 92 espécies
O CPPMQA também é referência em conservação ambiental com o Projeto Quelônios de Balbina, mantido pela Eletrobras desde 1998. Esse ano, 3.800 filhotes de tartarugas-da-Amazônia e tracajás nasceram nas praias artificiais do Centro e foram soltos na natureza. O trabalho é realizado em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e com comunidades ribeirinhas que monitoram os ninhos. Somando os esforços, cerca de 7.900 filhotes foram soltos em 2025. O projeto inclui ainda o desenvolvimento de ações educativas com escolas locais, fortalecendo a consciência ambiental e a preservação da biodiversidade amazônica.
Além do peixe-boi, a Eletrobras tem projetos de preservação de outras espécies em diferentes graus de vulnerabilidade no país, como o lobo-guará, a onça-parda, a jaguatirica, o gato mourisco, a anta e o veado mateiro. Entre os projetos com aves, destaque para o mutum-de- penacho, a aracuã-guarda-faca, o pato mergulhão e o cuitelão. No Projeto Mergus para Sempre, voltado a preservação do pato mergulhão, Embaixador das Águas Brasileiras, a empresa realizou ações de conscientização em 20 municípios de Goiás, áreas de influência da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa.
Na mesma região, a companhia executou um programa de monitoramento de lobos guará com chips de identificação e rastreamento via GPS. O Programa Áreas Protegidas no Lago da Usina Hidrelétrica Tucuruí, no Pará, identificou, até o momento, 16 espécies ameaçadas de extinção e realizou cerca de 1.200 missões ambientais, contribuindo para a educação ambiental e o combate a crimes ambientais. Já o Projeto de Conservação de Pequenos Felinos da Usina Hidrelétrica de Batalha, na divisa dos estados de Goiás e Minas Gerais, realizou estudos sobre a ecologia e conservação de pequenos felinos. Ao longo das ações de campo, 15 jaguatiricas e nove gatos-mourisco foram monitorados via GPS.
Essas iniciativas integram o compromisso da Eletrobras com a proteção dos biomas brasileiros, como o Programa Germoplasma Florestal, na Usina de Tucuruí, no Pará, que coleta e preserva material genético de espécies vegetais da floresta. Com a realização de projetos como esses, a empresa encerrou 2024 com 380 mil hectares de mata protegida ou reflorestada, com ações de conservação nos estados do Amazonas, Pará, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Goiás, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
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