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Projeto Ar, Água e Terra reduz sua pegada de carbono e mostra como unir restauração ambiental e ação climática no RS

  • Foto do escritor: Solano Ferreira
    Solano Ferreira
  • 14 de ago.
  • 4 min de leitura
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Os resultados mais recentes do Inventário de Emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) do Projeto Ar, Água e Terra demonstraram saldo líquido positivo: a iniciativa capturou mais dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera do que emitiu ao longo de um ano. O Projeto, realizado pelo Instituto de Estudos Culturais e Ambientais (IECAM) com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, atua em/com dez aldeias Guarani em uma área de mais de três mil hectares nos biomas Pampa e Mata Atlântica do Rio Grande do Sul.

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Realizado com base em metodologia reconhecida internacionalmente, segundo o Programa Brasileiro GHG Protocol e as normas ISO 14064-1 e 14064-2, o levantamento consolida os dados de emissões e reduções de gases de efeito estufa do primeiro ano de execução da 4a fase do Projeto — que terá duração total de três anos, com três inventários anuais (2024-2026). Em 2024, o total de emissões foi de 10,95 tCO₂e, com média mensal de 0,91 tCO₂e. As principais fontes de emissões estão associadas à emissão veicular, seguida de emissões relativas ao uso de adubo para as atividades de reflorestamento.

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Em relação às reduções de emissões, o plantio em áreas reconvertidas ou recuperadas resultou na mitigação de 3,83 tCO₂e em 2024. Esse número pode chegar a 945 tCO₂e ao longo de 10 a 20 anos de projeto, considerando os 20,82 hectares de áreas reconvertidas e recuperadas. Nas áreas de preservação e conservação ambiental, que somam 3.145 hectares, a estimativa é de que 3.877 tCO₂e tenham sido capturadas ao longo do período analisado. A longo prazo (10-20 anos), o potencial acumulado pode atingir 42.096 tCO₂e, graças à manutenção dos estratos florestais consolidados nas Terras Indígenas.

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Com isso, o Projeto Ar, Água e Terra apresenta uma redução líquida total de 3.869,97 tCO₂e no ano de 2024, resultado da diferença entre as emissões líquidas consolidadas e as remoções líquidas por reflorestamento e conservação.


Desde 2011, o Projeto realiza inventários anuais de GEE como ferramenta de gestão ambiental, orientando decisões com base em dados reais. Nas fases anteriores (2011-2013 e 2017-2019), as emissões médias foram da ordem de 13 tCO₂e por ano, valor semelhante ao total de 2024. A prática sistemática reforça a consistência dos dados e evidencia a evolução das ações de mitigação ao longo do tempo.


“Mais do que números, o Inventário funciona como bússola: aponta onde estão os principais focos de emissão, orienta o planejamento de ações de mitigação e oferece credibilidade a parceiros, à patrocinadora e à sociedade”, afirma Denise Wolf, coordenadora do Projeto e presidente do IECAM. Segundo ela, a ferramenta é ainda mais estratégica diante do agravamento da crise climática e das pressões regulatórias por metas de descarbonização.

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Para os próximos anos, a perspectiva é ampliar ainda mais as áreas restauradas, fortalecer a integração entre reflorestamento, agroflorestas e segurança alimentar, e aprofundar a articulação entre o conhecimento tradicional dos povos indígenas e as práticas ambientais contemporâneas. O Projeto Ar, Água e Terra mostra como uma ação local, com base técnica e enraizamento cultural, pode responder de forma concreta aos desafios globais da emergência climática.


 

Aldeias e regiões do RS que participam da 4ª fase do Projeto Ar, Água e Terra:

MUNICÍPIO(S)

COMUNIDADES/ALDEIAS DIRETAMENTE ABRANGIDAS

Caraá

Teko’a Ka’aguy Pau (Aldeia Vale das Matas)

 

Teko’a Nhuu Porã (Aldeia Campo Bonito/Molhado)

Maquiné

Riozinho

Osório

Teko’a Kuaray Resé (Aldeia Sol Nascente)

Palmares do Sul

Teko’a Yriapu (Aldeia Som do Mar)

Porto Alegre

Teko’a Anhetenguá (Aldeia da Verdade)

Rio Grande

Teko’a Pará Rokê (Aldeia Porta do Mar)

Santa Maria

Teko’a Guaviraty Porã (Aldeia da Guabiroba Boa)

Torres

Teko’a Nhuu Porã (Aldeia Campo Bonito)

Viamão

Teko’a Nhuundy (Aldeia do Campo Aberto/ Capinzal)

 

Teko’a Pindo Miri (Aldeia Coqueirinho/dos Coqueiros)


SOBRE O IECAM — O Instituto de Estudos Culturais e Ambientais (IECAM) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1991, no Rio de Janeiro/RJ, por ambientalistas engajados na organização da Rio/Eco 92. Sediado desde 2011, em Porto Alegre/RS, a missão do IECAM é a pesquisa e o desenvolvimento de ações socioambientais sustentáveis, através da revitalização de saberes tradicionais e da biodiversidade. No Rio Grande do Sul, o Instituto tem direcionado suas ações com as aldeias Guarani, com as quais têm criado um espaço de aproximação e de envolvimento desde 1994, desenvolvendo ações, projetos, pesquisas e parcerias, além de participar de seminários, conselhos e audiências públicas.


SOBRE O PROJETO AR, ÁGUA E TERRA  Em 2010, através de seleção pública, o Projeto foi aprovado e iniciou, em 2012, suas atividades. A iniciativa é patrocinada pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. Com abordagem etnoambiental como eixo central, o projeto contempla uma série de necessidades do povo Guarani, como a segurança alimentar e a restauração florestal com espécies nativas de uso tradicional indígena. Para a realização das atividades, utiliza uma metodologia de construção participativa, proporcionando a troca intercultural de saberes, práticas, técnicas e ideias, sendo os indígenas protagonistas e coexecutores, apresentando suas demandas e propondo soluções, atividades e métodos. Em janeiro de 2024, foram retomadas as atividades, inaugurando a 4ª fase do Projeto em dez aldeias Guarani, localizadas em dez municípios do RS.



Saiba mais sobre o projeto no site https://projeto.iecam.org.br/.

 






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