Clima extremo na Amazônia afeta 1,8 milhão de pessoas ao ano, aponta estudo
- Solano Ferreira
- há 4 dias
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Os efeitos das mudanças climáticas na Amazônia brasileira continuam a se intensificar e já atingem, em média, 1,8 milhão de pessoas por ano, segundo um levantamento recente sobre a ocorrência de eventos climáticos extremos na região. O estudo revela que populações tradicionais e indígenas representam 75% dos grupos mais impactados, evidenciando a vulnerabilidade histórica desses povos diante de secas severas, enchentes, ondas de calor e queimadas.

Entre 2000 e 2022, foram registrados 4.792 eventos extremos na Amazônia Legal. O período mostra um agravamento acelerado: a frequência de episódios de fogo aumentou dez vezes, enquanto inundações cresceram cinco vezes e secas e ondas de calor triplicaram. O avanço do desmatamento, o desequilíbrio climático e a degradação ambiental estão entre os fatores que impulsionam essa escalada.
As consequências econômicas também são significativas. As perdas relacionadas aos desastres somam US$ 650 milhões por ano, totalizando US$ 5,7 bilhões nas últimas duas décadas. Setores como agricultura, pecuária, infraestrutura e saúde pública estão entre os mais afetados — seja pela destruição de plantações, morte de rebanhos, danos em estradas e pontes ou pelo aumento de doenças associadas ao calor extremo e à qualidade do ar comprometida pela fumaça de queimadas.
Especialistas alertam que, sem uma resposta estruturada e políticas ambientais robustas, os eventos extremos tendem a se tornar ainda mais frequentes e severos. Para eles, o estudo reforça a urgência de ações coordenadas entre governos, comunidades locais e organismos internacionais para proteção da floresta e adaptação das populações que vivem na linha de frente da crise climática.










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